Bom dia à
todos os irmãos(as) de Religiões de Matrizes Africanas, aos irmãos(as) do
Kardecismo, enfim a todos os simpatizantes de nossa amada Religião!
Em pesquisas, leituras,
notícias, vídeos que venho acompanhando ao longo na minha jornada Umbandista,
sempre deparo com conteúdos que ao meu entendimento deve deixar os leitores a
mercê de vários questionamentos gerando dúvidas intermináveis que; para um
médio iniciado em Religiões de Matrizes Africanas fiquem desorientados diante
de tantas informações sugestivas! Faça isso, não faça aquilo, isso pode, isso
não pode! O importante é ter Fé, acreditar no que você tem, buscando incansavelmente ser um
ser humano melhor e como consequência um (a) médio feliz...
Da repressão
policial à aceitação social: ( Aline da Silva Presoto) USP
- SP
A expansão dos terreiros de
Umbanda se iniciou nos anos 1930, não só no Rio de Janeiro, mas também em São
Paulo, cidades em que mais se acentuava o crescimento industrial. Nesta época,
acontecia a Revolução de 30 e o advento do Novo Estado, que pretendia levar o
país à modernização e, consequentemente, acabar com tudo que era considerado
"arcaico", o que ocasionou severa perseguição a práticas mágicas, especificamente às de origem negra, já que ações como curandeirismo e feitiçaria se
enquadravam no Código Penal. Era comum, nesse período, observar nas
portarias dos órgãos públicos responsáveis pela moralidade e segurança públicas
a citação à "macumba" e ao Candomblé como alvo de proibições. Neste período de repressão policial, muitos pais de santo foram enquadrados como réus e seus objetos utilizados nos
cultos, apreendidos. Para conseguir a autorização que
permitisse o funcionamento de um terreiro, era preciso obter uma licença
especial fornecida pela polícia e, então, se fazia necessário ficar submetido a
várias arbitrariedades policiais, já que não existia nenhum mecanismo judicial
que legalizasse a existência do terreiro. Havia ainda um outro problema a ser
contornado pela Umbanda: a associação da macumba à criminalidade, já que ambas
estavam ligadas à marginalidade social, pois a criminalidade se desenvolve nas
áreas marginais da sociedade, justamente onde a religião umbandista se
desenvolveu quando surgiu.
Separar a Umbanda da Quimbanda possibilita deixar para a segunda a associação
à macumba. “A Quimbanda nada mais é
que a macumba vista através do olho moralizador dos umbandistas” (ORTIZ, 1999,
p. 146), posto que a Umbanda busca se associar ao “esforço de um pensamento que
quer ordenar o mundo segundo critérios morais, sociais e religiosos” (ORTIZ,
1999, p. 146). A associação do Exu com o
Diabo já havia se iniciado com os primeiros
missionários europeus assim que tiveram contato com os cultos africanos, já
que este orixá contraria as mais fortes regras de conduta aceitas socialmente.
Consideraram seu caráter suscetível, violento, perverso, vaidoso e pervertido, ou seja, uma personalidade composta de tudo que se contrapõem a Deus. Exu nunca se livrou da sua associação ao sexo, à luxúria, ao pecado e à maldade, tornando-se o orixá mais caluniado e incompreendido dentre as divindades afro-brasileiras.
Consideraram seu caráter suscetível, violento, perverso, vaidoso e pervertido, ou seja, uma personalidade composta de tudo que se contrapõem a Deus. Exu nunca se livrou da sua associação ao sexo, à luxúria, ao pecado e à maldade, tornando-se o orixá mais caluniado e incompreendido dentre as divindades afro-brasileiras.
Postado por: Babalorixá Alexandre D´Ogun
Texto Extraído do
Trabalho de Conclusão de Curso em Gestão de Projetos Culturais da Universidade
de São Paulo – SP - CELACC/
ECA -USP
/Aline da Silva Presoto.
Abraço à Todos!
Babalorixá Alexandre D ´Ogun
Força e Fé.