Presto minhas Homenagens a Yalorixá Giloya Antonieta (In Memorian) da Tenda Espírita de Umbanda Juraciara que por muitas décadas tocou seu Ritual com muito Amor e Devoção aqui em Florianópolis - SC. Tenda de Umbanda Juraciara encontra-se em pleno funcionamento sob Coordenação de Apolônio A. da Silva (filho carnal de mãe Antonieta) no bairro Agronômica na Rua: Embaixador Edmundo da Luz Pinto, 49 - Cep: 88025050.
Lembrando também que Apolônio é Coordenador da Uniafro!
A ORIGEM DO
RITUAL OMOLOKO
-
DA
ÁFRICA PARA O RIO DE JANEIRO –
A cultura de um país é avaliada pelos reflexos conjunturais
das atividades científicas, artísticas e religiosas de seu povo. Evidentemente
essa cultura foi adquirida aos poucos, advindas de outras culturas através dos
séculos.
Segundo Tancredo da Silva Pinto, Tata Ti Inkice, em seu
livro Culto Omoloko - Os Filhos de Terreiro, a palavra OMOLOKO é de origem
yoruba e significa: Omo - filho e Oko - fazenda, zona rural onde esse culto,
por causa da repressão policial que havia naquela época, era realizado na mata
ou em lugar de difícil acesso dentro das fazendas dos donos de escravos. Talvez
por causa disso, hoje temos as denominações de "terreiro e roça" para
os lugares onde os cultos afro-brasileiros são realizados.
No culto Omoloko os orixás possuem nomes yoruba (nagô). Seus
oriki (tudo aquilo que se relaciona ao orixá), e oruko (nome) são trazidos
através do jogo de búzios, também chamado Jogo de Ifá. Seus
"assentamentos" são semelhantes aos feitos no Candomblé Nagô, e os
Exus são feitos de argila, a semelhança de uma pessoa, ou então,
simbolicamente, em ferro.
Podemos relacionar o
significado da palavra OMOLOKO também com o Orixá Oko, deusa da agricultura,
que era adorada nas noites de lua nova pelas mulheres agricultoras de inhame.
Antigamente, o orixá Oko era muito cultuado no Rio de Janeiro e era assentado
junto com Oxossi, o que dá maior consistência a origem do culto Omoloko,
fortemente influenciado pelo orixá Oxossí, cujo culto permaneceu com sua
cultura melhor conservada no contexto religioso dos negros afro-brasileiros. O
culto a Oxóssi é de extrema importância na nação Omoloko, por isso é
extremamente forte o culto dedicado aos "Caboclos". Uma cantiga
exprime esse fato com muita propriedade:
" O dono da mata é Oxóssi,
Protetor
dos Caboclos de Umbanda,
Aruê,
aruê,
Seu
Pena Verde é quem vence demanda,
Seu
Pena é um Caboclo valente,
Arrebenta
a corrente,
Meu Pai
Oxalá,
Seu
Pena Verde é cacique de tribo,
Derrota
o inimigo do lado de lá...:
(autor
anônimo)
O Tata Ti Inkice, Tancredo da Silva Pinto, considerado o
organizador do culto Omoloko no Brasil conta que na África os sacerdotes deste
culto realizavam suas liturgias em noites de lua cheia sob a copa de uma
frondosa árvore carregada de frutos parecidos com maçã.
Segundo Tancredo, o culto Omoloko chegou ao Brasil
proveniente do sul de Angola, onde era praticado por uma pequena tribo
pertencente ao grupo Lunda-Quiôco, que habitava ficava às margens do rio
Zambeze, que lhes fornecia alimentação no período das cheias. Os Lunda-Quioco
chamam o rio Zambeze de Zambi.
Outra associação que podemos fazer entre os nomes Loko e
Omoloko é a sua relação ao vodun cultuado pelo povo Fon (Gêge), que tem como
correspondente yoruba o orixá Iroko, e que por sua vez, corresponde ao inkice
Tempo na nação Angola. Na época em que os cultos religiosos de origem africana
eram proibidos, esse orixá foi sincretizado a Santo Onofre, para disfarçar o
seu culto africano.
Tancredo da Silva Pinto, Tata Ti Inkice, é considerado o
organizador do culto Omoloko no Brasil e o responsável direto pela reunião dos
adeptos dos cultos afro-brasileiros em Federações Umbandistas para defender o
seu direito de ter e cultuar uma religião afro-brasileira.
Tancredo nasceu no dia 10 de agosto de 1904, no Município de
Cantagalo-RJ. Ainda na adolescência foi morar na cidade do Rio de Janeiro, na
época Distrito Federal. Seus pais eram Belmiro da Silva Pinto e Edwiges de
Miranda Pinto, e seus avós maternos eram Manoel Luiz de Miranda e Henriqueta
Miranda. Seu avô fundou os primeiros blocos carnavalescos da localidade:
"Avança e Treme Terra" e "Cordão Místico", que eram uma
mistura de caboclo com ritual africano, no qual uma tia sua chamada Olga saía
fantasiada como Rainha Ginga; rainha do antigo reino de Matamba.
Em 1950, ele fundou a Federação Umbandista de Cultos
Afro-Brasileiros para resistir as grandes perseguições que a Umbanda sofria em
diversos Estados brasileiros. Fundou Federações nos Estados de Minas Gerais,
Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Pernambuco, entre outras,
objetivando organizar e dar maior respeitabilidade e personalidade aos cultos
afro-brasileiros.
Com o intuito de divulgar os cultos afros, criou as festas
religiosas de Yemanjá, no Rio de Janeiro; a festa à Yaloxá, em Pampulha;
Cruzandê em Minas Gerais; a festa do Preto Velho, em Inhoaíba, homenageando a
grande Yiálorixá Mãe Senhora, na cidade do Rio de Janeiro; festa de Xangô em
Pernambuco; o evento "Você sabe o que é Umbanda?",realizado no
Estádio do Maracanã, na Administração do Dr. Carlos Lacerda, e, finalmente a
Festa da Fusão do Estado do Rio de Janeiro com o Estado da Guanabara, realizada
no centro da Ponte Rio-Niterói.
Recebeu em Sessão Solene na
Câmara Estadual do antigo Estado da Guanabara e também da Câmara Municipal de
Itaguaí, o Título de Cidadão Carioca, pelos serviços prestados em favor do povo
umbandista. Tancredo escreveu mais de trinta obras literárias divulgando a
Umbanda, entre eles podemos citar, "Yaô, Camba de Umbanda, Catecismo de
Umbanda, Negro e Branco na Cultura Religiosa Afro-Brasileira, As Mirongas de
Umbanda, Cabala Umbandista, Doutrina e Ritual de Umbanda no Brasil, Revista
Mironga, entre outras.
No dia 02 de setembro de 1979 foi sepultado às 15:00hs, na
quadra 70, carneiro 3810 do Cemitério de São Francisco Xavier, à Rua Pereira de
Araújo, nº. 44, no Rio de Janeiro. As despedidas ao seu corpo foram realizadas
no Ilê de Umbanda Babá Oxalufan, situado a Avenida dos Italianos nº.1120 em
Coelho Neto, onde seu corpo foi velado. No livro de registro de filhos de santo
estão registrados mais de 3.566 filhos de santos que foram iniciados pelo Tatá
Ti Inkice.
O Sirum (Axexê), cerimônia de encomenda do corpo de pessoa
falecida foi realizado por José Catarino da Costa, conhecido como Zé Crioulo,
filho de Xapanam e confirmado como Ogam no Terreiro de Tio Paulino da Mata e
Tia Olga da Mata.
O motivo que levou Tancredo criar federações umbandistas
para defender os direitos dos cultos afro-brasileiros desenrolou-se na casa de
santo de sua tia Olga da Mata, situado à Avenida Nilo Peçanha, 2.153, em Duque
de Caxias, onde funcionava o Terreiro São Manuel da Luz. Neste Terreiro Xangô
manifestou-se e disse: "Você deve fundar uma sociedade para proteger os
umbandistas, a exemplo da que você fundou para os sambistas, pois eu irei
auxiliá-lo nessa tarefa". Após esse fato, Tancredo fundou a Confederação
Umbandista do Brasil, usando parte do pagamento recebido pelo direito autoral
do samba "General da Banda", gravado por Bleckaute, e ajudou a fundar
em outros estados outras federações umbandistas para defender os direitos dos
cultos afro-brasileiros.
Segundo Tancredo da Silva
Pinto, a primeira sociedade umbandista criada para defender os direitos dos
umbandistas no Rio de Janeiro e no Brasil foi a " União ", fundada em
1941. Segundo ele, naquela época, devido às perseguições policiais, os cultos
eram acompanhados por bandolim, cavaquinho e órgão, porque não era permitido tocar
tambor (atabaques). No Rio de Janeiro, os cultos afro-brasileiros foram
professados dessa maneira até 1950. Coisa semelhante acontecia nos
terreiros de Umbanda em Florianópolis, onde as giras eram acompanhadas por
palmas e eram realizadas quase sempre em horários alternados entre a tarde e a
noite para driblar a intolerância e o preconceito sócio-religioso por parte de
alguns vizinhos que chamavam a polícia para que prendessem a mãe de santo e
fechassem o Terreiro; ato esse que era geralmente acompanhado de violência. A
polícia, quando recebia queixa de pessoas que se sentiam incomodadas com os
rituais afro-brasileiros invadia os terreiros. Quanto a vizinhos intolerantes,
estes jogavam pedras nos telhados para quebrá-los, causando prejuízos de
proporções consideráveis e até acidentes graves, como por exemplo ferimentos às
pessoas presentes ao ritual. Posso citar o caso ocorrido na Tenda Espírita de
Umbanda São Sebastião, no Morro do Cemitério, no Bairro de Coqueiros, na qual
uma filha de santo de D. Mima da Cabocla Jurema perdeu um dos seios em
decorrência de um caco de telha quebrada por pedras jogadas no telhado.
Em Belo Horizonte, foi institucionalizado o dia 10 de agosto
como sendo o dia consagrado a Nação Omoloko, conforme registro em Ata elaborada
em reunião realizada à Rua Conde Déu nº.422, Bairro Vera Cruz, Belo Horizonte,
na sede da Fraternidade para Estudos e Práticas Mediúnicas, presidida pelo Dr.
Wamy Guimarães, Okala de Xangô e filho de santo do Tata Tancredo.
Abandeira que representa a
Nação Omoloko acha-se em exposição na Tenda Espírita Três Reis de Umbanda, à
rua Basílio de Brito, 43, Cachambi, Méier, Rio de Janeiro. Essa bandeira,
trazida da África pelo Dr. Antônio Pereira Camelo, foi enviada por um Tatá
Zambura da Guiné para que fosse entregue a Tancredo da Silva Pinto. A bandeira
é confeccionada em tecido na cor verde garrafa, com o desenho de uma pena
branca no centro e uma linha longitudinal branca partindo do canto esquerdo
superior para o canto direito inferior da bandeira, e mede aproximadamente
50x50cm de cumprimento e largura.
Pesquisas mais recentes dão
conta de que a origem do nome Omoloko, também está ligado ao povo Loko, que era
governado pelo rei Farma, no Sertão de Serra Leoa. Ele foi o rei mais poderoso
entre todos os Manes. Sua cidade chamava-se "Lokoja" e localizava-se
a margem do Rio Mitombo, afluente do rio Bênue, que por sua vez é afluente do
grande rio Níger. Lokoja ficava próxima do reino Yoruba. O povo Loko também era
conhecido pelos nomes de Lagos, Lândogo e Sosso. O nome "Loko" foi
primeiramente registrado em 1606, em livros de cartografia da África. Também há
registro desse povo com o nome de Loguro. Os Lokos viveram até 1917 a oriente
dos Temnis de Scarcies. De acordo com pesquisas realizadas, a tribo Loko estava
divida em tribos menores ao longo dos Rios Mitombo, Bênue e Níger, e no litoral
de Serra Leoa.
Em 1664 o filho do rei
Farma foi batizado com o nome de D. Felipe. Evidentemente torna-se claro que o
principio da sincretização afro-católica já acontecia na África, isso antes da
vinda dos africanos ao Brasil.
Acredita-se que a tribo
Loko fazia parte de um grupo maior chamado Mane, cujo povo veio escravizado
para o Brasil e formou o que hoje conhecemos como Nação Omoloko.
Os povos Mane tinham por
costume usar flechas envenenadas, arcos curtos e espadas curtas e largas,
azagaias, dardos e facas que traziam amarrados embaixo do braço. Para combater
o veneno de suas flechas, em caso de acidente, usavam uma bolsinha com um antídoto.
Quando em guerra, avisavam os seus inimigos, através de palhas, o dia em que
iriam atacá-los - "tantas palhas, tantos dias para o ataque". Traziam
no braço e nas pernas manilhos de ouro e prata. Também eram amigos dos brancos
que invadiram a África Negra. Adoravam assentamentos de ídolos de madeira em
figura de homens e animais que representavam seus deuses. Quando não venciam as
guerras açoitavam os ídolos e quando as batalhas eram vencidas eles ofereciam
aos deuses comidas e bebidas. Chamavam as mulheres de "cabondos" e
tinham como marca a ausência dos dois dentes da frente.
- DO RIO DE JANEIRO
PARA FLORIANÓPOLIS -
Em Florianópolis, talvez o único terreiro de Omoloko
existente na cidade seja a Tenda Espírita de Umbanda Juraciára, onde ritual de
feitura é proveniente de uma pequena tribo chamada Arigolê e que conforme
pesquisas bibliográfica pertencia ao grande grupo dos Lunda-Quiôco, principais
formadores da Nação Omoloko no Brasil. Contudo, o ritual de maneira geral
sofreu, como todos os outros rituais africanos no Brasil, fortes influências
dos Cultos Yoruba e Gêge - na culinária, na introdução de novos orixás ao
cultos, no vocabulário, etc. Os africanos yoruba foram um dos últimos grupos
étnicos a vir para o Brasil. Talvez por causa deste fato sua cultura religiosa
predominou sobre as demais, influenciando às culturas minoritárias já
existentes e escravizadas aqui no Brasil. Outro motivo também, segundo alguns
historiadores é que esse grupo era socialmente muito bem estruturado em relação
em relação a sua religião e a política.
Tenda Espírita de Umbanda
Juraciára está localizada na Ilha de Santa Catarina, hoje também conhecida como
"Ilha da Magia", - cidade de Florianópolis, à rua Embaixador Edmundo
da Luz Pinto, nº.49, no bairro Agronômica foi fundado e é dirigido pela
Iyálorixá Giloyá (Antonieta Maria dos Passos), filha espiritual de Obaluayê e
Inhansã (Oyá). Essa Iyálorixá conta atualmente com 55 anos de militância
espiritual nos cultos afro-brasileiros. A Iyálorixá Giloyá (D. Antonieta) é
filha de santo de D. Mima (Juracema Rodriguês), conhecida no meu umbandista
como dona Míma da Cabocla Jurema.
Na década de 70, já com o seu terreiro em funcionamento,
Dona Antonieta, sentindo a necessidade de aprimorar-se dentro dos mistérios do
culto aos orixás e a necessidade de reforçar suas forças espirituais, escreve
uma carta a sua irmã, Dona Natália, que morava no Rio de Janeiro, e era filha
de santo de Dona Zezé, que por sua vez era filha de santo de Tiãozinho de Irajá
e que por sua vez era filho de santo de João Alves Torres Filho, o
conhecidíssimo Babálorixá baiano "Joãozinho da Goméia". No Rio de
Janeiro, as "Obrigações" realizadas por Dona Mima foram confirmadas
como pertencentes a Nação de Omoloko. Então, lá mesmo no Rio de Janeiro, no
terreiro de Dona Zezé do Boiadeiro ela fez o seu primeiro reforço. Como naquela
época era costume manter extremo segredo dos rituais do culto, muita coisa com
referência a Nação Omoloko só vieram a tona e foram colocadas em prática bem
mais tarde, como por exemplo, as cantigas em dialeto africano; o uso de
paramentos dos orixás; os assentamentos em ferro e os ritmos variados dos
toques de atabaques... Naquela época, o terreiro de Dona Antonieta ainda não
estava estruturado para funcionar nos moldes mais avançados da nação Omoloko,
que segue um modelo hierárquico semelhante aos Terreiros Nagôs. Algum tempo
depois, Dona Antonieta fez um novo reforço, mas dessa vez em seu próprio
terreiro, em Florianópolis, com Dona Nadir, uma filha de santo de Dona Zezé,
que por motivo de doença não pode vir a Florianópolis para realizar um segundo
reforço que se fazia necessário.
Dona Antonieta, (Iyá
Giloyá) também é feita na Nação de Angola pelo Babálorixá Yiáromi (Zulmar
Carpes) conhecido no meio afro-brasileiro da Grande Florianópolis por
"Juca ". Esse conhecidíssimo Babálorixá é o responsável direto pela
primeira roça de candomblé erigida na Ilha da Magia (Florianópolis) que obedece
aos rígidos padrões exigidos nos Candomblés de Nação Ketu, proveniente de Salvador-BA.
Embora Iyá Giloyá seja também feita na nação de Angola, em seu terreiro, Tenda
Espírita de Umbanda Juraciára, os seus filhos de santo são feitos na nação
Omoloko, cujo ritual litúrgico é o praticado nesse terreiro.
Tenda Espirita de Umbanda
Juraciára tem sua origem na Tenda Espírita de Umbanda São Sebastião, que ficava
no continente - bairro de Coqueiros - também em Florianópolis. Esse Terreiro de
Umbanda foi um dos primeiros a ser estruturado em hierarquia sacerdotal.A
Iyálorixá da Tenda Espírita São Sebastião, D. Míma (Juracema Rodriguês), era
proveniente da cidade de Porto Alégre-RS. Dona Míma, como era conhecida no meio
umbandista, fez todas as suas obrigações na cidade de Porto Alegre, cuja
cultura afro-brasileira é de origem yoruba e daomeana: Yjexá, Oió e Gêge.
Semelhante a Tenda Espírita São Sebastião, naquela época onde a opressão social
e policial era fortíssima, existiam outros Terreiros importantíssimos que eram
verdadeiros focos de resistência cultural afro-brasileira e que pertenciam a
grandes e famosíssimas Iyálorixás daquela época, cujos nomes são lembrados
ainda hoje: Dona Ida, Dona Maria Luísa, Dona Malvina, Dona Maria do Aníbal,
Dona Bicota, Dona Cristina, Babalorixás Sr. Atanair e Sr. Manoel....
Naquele período de difícil
aceitação da religião afro-brasileira, onde as manifestações da cultura dos
descendentes africanos não era vista com bons olhos e onde não havia acesso
fácil à literatura afro-brasileira que mostrasse aspectos positivos da religião
afro-brasileira, aqui em Florianópolis todos os Terreiros de Umbanda
denominavam-se "Tenda Espírita". Os terreiros denominavam-se de
"Tendas Espíritas de Umbanda" para se protegerem sob a capa do
Kardecismo de Alan Kardec e obter um alvará de funcionamento fornecido pelo órgão
público policial do Estado; e "de Umbanda" porque era a identidade
africana mais próxima que se tinha de um culto afro-brasileiro que teve origem
na cidade do Rio de Janeiro. A prática umbandista abraçou a maioria dos rituais
religiosos de diferentes etnias africanas sob o nome de Umbanda, uma religião
que surgia autenticamente brasileira. Somente depois de muito tempo, com o fim
da perseguição policial e da Igreja Católica e com a aceitação da religião
afro-brasileira pela sociedade é que os diversos seguimentos afro-religiosos
começaram a buscar as suas identidades perdidas. Neste contexto, entre outras
nações afro-brasileiras, encontra-se a Nação Omoloko que está retomando a sua
identidade africana entre os candomblés não-tradicionais - aqueles que também
cultuam Caboclos e Pretos-Velhos, além dos Orixás Africanos -, respeitando
qualquer outra cultura afro-brasileira ou indígena-brasileira por mais
minoritária que seja.
Nesse longo e árduo caminho
que as religiões afro-brasileiras tiveram que caminhar, a nação Omoloko também
tem obtido espaço em outros países como por exemplo na Argentina, onde está
estabelecida a "Congregación Africanista Científica e Religiosa Nación
Omoloko", situada em "Calle Palmas, 7293 - esquina Av. General
Paz" na cidade de Buenos Aires, e na Espanha. Segundo um babalorixá
argentino com quem conversei em Buenos Aires, o culto Omoloko já alcançou a
Europa, exatamente na Espanha, levado por babalorixás argentinos e brasileiros
que lá se estabeleceram.
Essa atitude gera um novo ciclo de desenvolvimento das
religiões africanas que vieram para o Brasil e que, bem abrasileiradas, ganham
outros países, inclusive a própria África. Certamente esse novo ciclo
afro-religioso que se inicia influenciará a cultura religiosa dos países onde
adentrar, criando novas histórias afro-mundiais...
DOCUMENTÁRIO REALIZADO EM SET/2014 NA UFSC - União da Cultura Negra em Santa Catarina - AXÉ UNIAFRO - Em Busca da Identidade Perdida.
INFORMAÇÕES E FOTOS EXTRAÍDAS DO SITE: www.xpg.com.br
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