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sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Ritual Cabula, sua origem!



        Bom dia à todos os irmãos (as) de Religiões de Matrizes Africanas, aos irmãos (as) do Kardecismo, enfim a todos os simpatizantes de nossa amada Religião!
      Haja vista tanta riqueza de Religiões de Matrizes Africanas trazidas pelos escravos no período da escravidão que escrevo a vocês a origem deste Ritual Maravilhoso que é o Ritual Cabula! Com o seu principal Tutor o Zelador de Santo Pedro Paulo – Tamanaka, onde aqui presto todas as minhas homenagens pois foi o primeiro a abrir um Terreiro do Ritual Cabula em Florianópolis-SC.
       Criado em Salvador – Bahia e de origem africana por uma negra chamada Iafotum vinda com seus pais em navio negreiro, onde seus pais morreram no trajeto, Iafotum salvou – se e por ser muito pequena era alimentada com leite materno. Alimentação nos navios geralmente era dado aos escravos para comer abóbora cozida por ser barato; muitos morriam de fome, outros pegavam a comida mais rápido, outros comiam muito quente e acabavam morrendo cozidos, e outros por outras doenças.
      Em salvador sem os pais, ninguém a queria e foi entregue ao mercador, esse deu de presente a sua filha como bichinho de estimação! Iafotum cresceu e tornou-se uma líder e aprendeu vários Rituais, Kêtu, Angola, Omolocô, Gêge, Angolano etc. Sendo assim Iafotum viu nos rituais a oportunidade de ajudar seus irmãos, pois era possível ouvir o som dos olojás e até mesmo as cantigas de uma fazenda a outra. Eram nestas ocasiões que os negros de uma fazenda avisavam a outra quando fugiriam para os quilombos, ou quando alguém estava cuidando, no fim se estabeleceu uma comunicação.
     Contudo, em função da diversidade de rituais, as cantigas e os toques também eram diferentes, o que dificultava o processo de comunicação. Dada essa dificuldade, Iafotum teve a idéia de unir todos os rituais em um só, assim poderia dar continuidade a seus planos. Foi assim que nasceu o primeiro ritual afro-brasileiro chamado cabula, graças a este ritual, os escravos tiveram mais êxito na organização das fugas para os quilombos e uma comunicação universal entre eles foi estabelecida.
       Iafotum casou, teve um filho chamado Edambila e ele recebeu toda a herança do ritual Cabula. Edambila ao se casar teve um filho chamado Jaime em que também recebeu a herança da Cabula.
     Jaime criou uma menina chamada Alzira Fernandes Nunes, e quando adulta, ele passou todo o seu conhecimento para ela. Contudo, a intenção de Jaime era criar a menina para depois conceberem um filho, mas Alzira não compartilhava do mesmo desejo e ao se apaixonar por outro homem, engravidou dele e fugiram para o Rio de Janeiro.
  
      Depois de muito tempo, Alzira conheceu outro homem chamado Dominicano Nunes e se casou com ele, porém nunca conseguiu engravidar novamente. Ainda no Rio, Alzira abriu uma casa de santo, a primeira casa de Ritual Cabula do Rio de Janeiro. A casa (barracão) de Alzira se tornou uma das maiores do Rio de Janeiro e teve muitos médiuns (filhos de santos), entre eles, Pedro Paulo Silva, que ao terminar as suas obrigações do santo na casa de Alzira, voltou para sua terra natal Florianópolis, e implantou a primeira casa de Ritual Cabula do sul do país.
Cabula é a União de vários Rituais em um só!

SOMENTE OS HUMILDES POSSUEM NOBREZA DE TER O CORAÇÃO CAPAZ DE ABRIGAR O PERDÃO.


Abraço à Todos!
Babalorixá Alexandre D ´Ogun
Força e Fé
                                         
                                                      

Alguns Dados adquiridos em entrevista dada ao Programa Axé Uniafro!

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